Ao longo de 17 anos de carreira, como curadora e mediadora cultural, Helena Mendes Pereira desenvolveu um conjunto alargado de projetos de arte em espaço público, tendo produzido pensamento sobre o poder da Arte em espaço público e a importância da curadoria. Há uma consciência da urgência do contacto quotidiano com a obra de Arte como promotora da literacia, do conhecimento e, consequentemente, da construção de consciência crítica e de cidadania. A presença da Arte em espaço público é, assim, muito mais do que dotar o território do belo. É um ato político e simbólico como foram sendo sempre, ao longo da História, as transformações urbanas.A história urbana mostra que às transformações de ordem económica e social se segue a adequação das estruturas, das formas e das imagens das cidades. Neste novo tempo que vivemos, é perentório que o espaço público seja cada vez mais um convite, não à profusão dos eventos, mas ao convívio moderado e seguro. A Arte pode ajudar, pode ter essa mensagem. Para a economia da cidade industrial, importava a proximidade a fontes de matérias-primas e de energia, a disponibilidade de capital, a força do trabalho de qualificação baixa ou média e um grande mercado local. Mas as exigências da cidade são radicalmente diferentes para a nova economia, que, segundo Peter Hall, deixou de ser uma “economia de informação” e se tornou numa “economia da cultura”, na qual a cultura se tornou na peça central da máquina reprodutiva do capitalismo, a sua nova mola propulsora. Neste sentido, neste curso serão dados vários exemplos de projetos de arte em espaço público, nacionais e internacionais, e abordadas propostas concretas para o desenvolvimento de projetos e debatida a necessidade da criação de legislação para esta área específica da atividade pública.